sexta-feira, 13 de junho de 2008

40 anos depois

Passados 40 anos do, no mínimo intenso, ano de 1968, já tivemos tempo mais do que suficiente para avaliarmos as vitórias e as derrotas dessa geração que marcou a história, não só brasileira como mundial. De fato ocorreram mudanças significativas na sociedade nas últimas quatro décadas, porém elas foram mais comportamentais do que propriamente políticas, mais na relação das pessoas entre si do que delas com o poder e como ele se estabelece.
No Brasil, as mesmas forças que comandavam o país no final da década de 60 permanecem até os dias de hoje. Não temos mais uma ditadura militar, o que já é um grande avanço, de extrema importância e primordial na formação da liberdade, porém a democracia ainda não foi consolidada e resquícios desses anos de chumbo ainda podem ser percebidos na política. Os fantasmas não foram completamente superados, muitos dos políticos que apoiavam o regime militar continuam ocupando cargos importantes, influenciando decisões e definindo os rumos do país.
A não abertura dos arquivos da ditadura representa de forma sintomática o modo como ainda hoje o país convive com políticas obscuras que caracterizam uma ditadura. Os meios pelo qual o governo lida com os movimentos sociais de hoje, de forma a sufocá-los a partir do uso da violência, é praticamente o mesmo utilizado contra as manifestações de 1968. Resquícios do governo militar estão mais presentes na atual sociedade do que muitos imaginam.
Não devemos de maneira alguma subestimar nem minimizar as conquistas da geração de 1968. As aspirações desses jovens eram muitas e nas mais diversas áreas da sociedade para concluirmos se esses vários movimentos ao redor do mundo deram certo ou não. Se não fossem eles talvez a situação poderia ser bem pior, porém ainda falta muito a ser mudado no Brasil e no planeta como um todo, principalmente no campo da política, no qual ainda imperam as mesmas figuras e os mesmos pensamentos políticos há décadas.

PS: No último texto que postei houve um erro, na verdade "Cinema Paradiso" não é um filme italiano, e sim uma produção envolvendo Itália e França.